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segunda-feira, 4 de abril de 2022

O COMPORTAMENTO DAS ESPOSAS

Parte 1 (1 Pedro 3.1-6)

Norbert Lieth

1 Igualmente vocês, esposas, estejam sujeitas, cada uma a seu próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho sem palavra alguma, por meio da conduta de sua esposa, 2 ao observar o comportamento honesto e cheio de temor que vocês têm. 3 Que a beleza de vocês não seja exterior, como tranças nos cabelos, joias de ouro e vestidos finos, 4 mas que ela esteja no ser interior, uma beleza permanente de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. 5 Pois foi assim também que, no passado, costumavam se enfeitar as santas mulheres que esperavam em Deus, estando cada qual sujeita a seu próprio marido. 6 Foi o que fez Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-o de "senhor", da qual vocês se tornaram filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.” NAA

1Pedro 3.1-6, não se trata do comportamento nos cultos ou na vida da igreja, mas do comportamento nas relações matrimoniais e no círculo familiar íntimo. Para o casamento vale que as esposas “estejam sujeitas... a seu próprio marido”.

Devemos levar em conta que se trata do poder de testemunho do evangelho. As mulheres, por meio do comportamento de submissão, buscam ganhar seus maridos incrédulos para Jesus, sendo que essa é a única maneira prevista para tanto.

Versículos 1-2

“Igualmente vocês, esposas, estejam sujeitas, cada uma a seu próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho sem palavra alguma, por meio da conduta de sua esposa, ao observar o comportamento honesto e cheio de temor que vocês têm.”

Esses judeus viviam em um mundo pagão com suas práticas pagãs. Não era incomum que as esposas se convertiam, enquanto os maridos ainda continuavam incrédulos. Essa libertação por meio de Cristo, no entanto, não deveria levar a uma conduta autônoma. Por isso, Pedro exortou que as mulheres não se separassem de seus maridos, nem mesmo que alegassem determinados direitos, mas a se submeterem, servindo na prática de exemplo para o marido sem proferir palavras, com o objetivo de também ganhá-lo para Jesus. Não há poder de convencimento maior do que o de uma vida transformada e um bom exemplo.

Não há poder de convencimento maior do que o de uma vida transformada e um bom exemplo.

Essa afirmação é ao mesmo tempo animadora, pois fala de homens que se negam a crer na Palavra; não de ignorantes ou indiferentes, mas daqueles que se opõe conscientemente e assim são convictos opositores ao evangelho. No entanto, o texto nos mostra que não há caso sem esperanças, pois mesmo os homens mais obstinados e difíceis podem ser conquistados, mas o meio para tanto, no restrito ambiente familiar, não possui disputas verbais, discussões, argumentações de superioridade, discursos, tampouco adianta implorar, mas apenas basta uma boa atitude sem qualquer palavra.

Os estudiosos J. B. Nicholson e G. P. Waugh escrevem o seguinte sobre o versículo 2: “O marido não consegue, de sã consciência, negar constantemente a beleza da vida realmente agradável a Deus vivida por sua esposa”[1].

 Nota

  1. B. Nicholson e G. P. Waugh, Was die Bibel lehrt: 1. Petrusbrief, 2. Petrusbrief. CV-Kommentarreihe Neues Testament, trad. Gerhard Giesler e Joachim Köhler (Dillenburg: Christliche Verlagsgesellschaft, 1991).

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

EXCELÊNCIA OU EXIBICIONISMO?


O ambiente todo é evidentemente bem-preparado. No fundo do palco uma enorme tela reproduz todo tipo de imagens de acordo com o momento. A iluminação é incrível. Luzes e cores se alteram conforme a ênfase e o efeito de fumaça faz com que as luzes se destaquem. Durante a apresentação a plateia é mantida escura enquanto canhões de luz trazem o palco ou quem se apresenta em destaque. O som é alto, mas muito bem equalizado. Cada voz recebe a amplificação ideal. Em resumo é um show de primeira qualidade.

Não estou descrevendo um show de algum músico famoso, mas sim o culto de muitas igrejas contemporâneas. Preciso dizer de partida que não sou contra todo esse aparato. Creio que igrejas devem investir em seus momentos de culto com tudo que a tecnologia (e seus orçamentos) permite. Não há desculpas para fazer um culto desleixado e afirmar ao mesmo tempo que isso é mais espiritual. Evidentemente, o culto deve representar tanto a comunidade da igreja como o tipo de pessoa que pretendem alcançar. 

Eu já participei de cultos de mais de três horas de duração, sentado em tábuas apoiadas em tocos de madeira, com apresentações musicais de aparente devoção, mas de péssima qualidade musical. Ainda assim, o povo presente estava evidentemente louvando a Deus e sendo conduzido à sua presença, tanto pelas músicas como pela pregação da Palavra. Esse tipo de culto, no entanto, não tem lugar no ambiente urbano, moderno e sofisticado de nossas cidades.

Qual o problema então com cultos mais produzidos? Certamente não é o investimento feito, ou a qualidade em que cada aspecto é preparado. O princípio da excelência afirma que devemos fazer o melhor que pudermos mediante os recursos que temos para oferecer a Deus uma adoração que honre seu nome. Ao mesmo tempo (me perdoem os puristas) nossos cultos devem também envolver os participantes, deve ter uma estética que mova o coração dos membros e dos visitantes. Muito embora o culto seja oferecido a Deus e não aos participantes, usar isso como desculpa para desleixo ou falto de investimento e preparo é apenas uma desculpa para mediocridade.

O perigo, muitas vezes é quando a excelência é desvirtuada em exibicionismo, uma postura arrogante que prioriza a performance sobre a essência. Muito embora, em minha opinião, devamos oferecer a Deus o que temos de melhor em todos os sentidos, o que Deus realmente deseja é uma adoração que venha de um coração rendido a ele. Talvez uma das passagens que melhor expressam isso é Salmos 51.16-17:

Pois não te agradas de sacrifícios; do contrário, eu os ofereceria; e não tens prazer em holocaustos. Sacrifício agradável a Deus é o espírito quebrantado; coração quebrantado e contrito, não o desprezarás, ó Deus.

Em Israel, sacríficos e holocaustos eram a coluna dorsal da adoração. Em algumas ocasiões festivas, o próprio Davi ofertou milhares de animais para o sacrifício (1Crônicas 29.21). Nesse salmo, ao enfrentar seu pecado de adultério e assassinato, o rei poeta deixa claro que não são os atos, mas o coração que é o cerne da adoração. Pode-se dizer que um coração quebrantado e contrito é a essência da adoração. Essência tem de se manifestar em alguma forma. Essência sem forma não existe. Sendo assim, um coração de quebrantamento e gratidão tem de assumir uma forma. O problema é quando a forma exclui a essência, pois, diferentemente da essência, forma sem essência existe e é tragicamente comum no campo da religiosidade.

A excelência na forma se torna problemática quando, mesmo que não intencionalmente, começa a sufocar ou excluir a essência. Quando a busca de excelência em um culto faz com que manifestações carnais, arrogantes ou “performáticas” se tornem o centro desse momento. Esse é o instante em que o exibicionismo surge.

Minha oração é que, nesse novo ano, igrejas fiéis se esmerem em preparar e promover eventos que manifestem toda a criatividade, a majestade e a perfeição da qual somos capazes. Quando preparamos um culto ou qualquer outro evento com excelência estamos adorando a Deus tanto no evento como na forma como o preparamos. Ao mesmo tempo, que nossos corações estejam bem centrados no fato de que ele é a fonte e a razão de tudo que fazemos. Que nossos corações evitem “roubar” os louvores com a qualidade de nossas apresentações!

Por Daniel Lima – Extraído de: www.chamada.com.br

 

terça-feira, 9 de julho de 2019

BASE MISSIONÁRIA DA SEARA EM ACABAMENTO

Olá irmãos e amigos amantes da obra missionária. Continuamos nossa luta aqui no nordeste, mais especificamente no Rio Grande do Norte e Ceará, onde atuamos, no desejo de fazer conhecido o nome do Senhor Jesus entre os sertanejos.
Como parte desse intento, há 20 anos estamos edificando nossa base missionária em Natal, onde funcionará nosso Instituto Bíblico McNair, para preparar obreiros para o sertão.
Estamos entrando na fase de acabamento, que, como sabem é a parte mais dispendiosa. Entretanto, estamos fazendo um acabamento simples mas bom, que nos dê condições de funcionar.
Os desafios são grandes, pois além dessa necessidade, ainda temos outras no que diz respeito a expansão pelo sertão na construção de casas de oração (templos). Contudo estamos confiantes de que o Senhor, o dono da obra, irá nos suprir do que necessitamos.
Gostaríamos ter tê-lo (a) como nosso associado nas orações pela nossa Missão SEARA para que o Senhor nos supra de recursos para concluirmos a nossa base missionária. Prédio com 731 m².
Necessitamos de recursos para:
1). Mão de obra (R$1000,00) por semana (1 pedreiro e 1 servente);
2). Compra de cimento (R$24,00 o saco);
3). Material Hidrosanitário (R$2500,00);
4). Material Elétrico (R$15.000,00);
5) 300 gonzos para as janelas e portas (custo do par: R$12,00).
6). Vidros para as janelas e portas (ainda não temos o orçamento)
7) 600m² de revestimento do teto da estrutura de gesso ( custo por m² R$25,00)
Sua contribuição pode ser depositada na conta SEARA - BRADESCO - Agência 2134-2 Conta Corrente 019261-9.
"Passa no Nordeste e Ajuda-nos!"

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

PARA ONDE, SENHOR?

Este é o caminho; siga-o” (Isaías 30.21).
Quando você estiver confuso, desanimado e sem rumo, ouça a voz do seu Senhor, lhe dizendo: “Este é o caminho; siga-o”.
E agora? Que decisão você tomará? Por qual caminho seguirá? Há ocasiões em que nos sentimos muito desamparados e abandonados. As montanhas de preocupações se agigantam diante de nós como um peru com as penas eriçadas. Nesses momentos o inimigo está em alta. O seu negócio floresce: o desânimo!
Todo aquele que deseja ter uma vida agradável ao Senhor Jesus e quer seguir no caminho do discípulo fiel sabe das dificuldades e perigos. Ele sabe que nesse mundo não há tempos isentos de preocupações. Portanto, não se sinta oprimido quando o Senhor atribuir momentos em que você é solicitado a buscar pelo caminho correto. Os “tranquilos em Sião” seguem troteando na vida. Eles observam os doces sons da flauta do sedutor, adaptam-se ao espírito da época e não notam que, ao final, o seu caminho os conduz à catástrofe.
Você, porém, que busca a vontade do Senhor, prostre-se diante dele, importune o seu coração e ele lhe permitirá ouvir sua voz: “Este é o caminho, siga-o”.
Se você não souber como continuar, não enxergar alternativas, lembre-se então do tempo em que o caminho estava claro à sua frente. A partir dessa perspectiva o Senhor Jesus revelará a você novamente a vontade dele. Talvez a sua queixa seja: “Perdi o relacionamento com meu Senhor. O contato íntimo com ele está interrompido”. Não se desespere! Mesmo nos momentos em que você parece estar sem respostas, Deus não altera a sua promessa: “Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome” (Salmo 23.3).
A correção do coração inicia sempre sob a cruz de Jesus, nosso Salvador. Aquele que se curva diante de sua impotência, humilha-se de todo o coração e coloca sua vida confiadamente nas mãos do Senhor Jesus, esse sentirá que são justamente as horas difíceis que o amarram mais firmemente ao coração do Senhor. Não tente “reiniciar” sem estar certo de que você realmente está procurando a glória do Senhor Jesus até nos cantos mais secretos do seu coração.
Ele concede êxito somente aos sinceros com corações limpos, e aos humildes ele prometeu sua graça.
Ele concede êxito somente aos sinceros com corações limpos, e aos humildes ele prometeu sua graça.
Ah, como a espera é difícil para todos nós! Mas justamente essa palavra me incentivou maravilhosamente em tempos de opressão: “O que o justo almeja redunda em alegria...” (Provérbios 10.28).
Por isso, esteja atento à voz do Senhor “atrás de você”, pois somente dessa maneira ele lhe conduz e livra das dificuldades de sua vida. E, para a honra de seu nome, ele responderá ao seu clamor. “Ó tu que ouves a oração...” (Salmo 65.2). Que essa experiência seja o triunfo da sua fé. — Manfred Paul

Fonte: www.chamada.com.br

sábado, 21 de outubro de 2017

PASSA NO SERTÃO E AJUDA-NOS!

Missão SEARA
Você pode passar no Sertão da seguinte maneira: Orando, Contribuindo ou Indo pessoalmente ao Sertão pregar o Evangelho juntamente conosco. Duas delas eu sei que você pode fazer, ou seja, orar e contribuir com os que vão. Se há algum empecilho que  não permita realizar a terceira, você pode praticar as duas primeiras e assim estar passando no Sertão também. A escolha e decisão é tua! Mas, apreciaremos muito as suas orações! Por isso queremos compartilhar alguns motivos específicos.

Motivos de oração.:
1). Suprimentos para construirmos duas (2) salas para EBD na casa de oração da congregação em Riachuelo-RN;

2). Pelo ministério e sustento dos dois novos obreiros: Arlenildo Macedo, em Santa Maria - RN e Rafael Oliveira, em Riachuelo-RN.
Francisco Eudes

Luiz Antônio
3). Pelo sustento do irmão Francisco Eudes de Souza, no Seminário e Instituto Batista Bereiano em Natal, e de, Luiz Antônio Oliveira, no Seminário Batista do Cariri, em Crato-CE; (ofertas para esse fim devem ser feitas em contas pessoais:

1. Francisco Eudes de Souza: Caixa Econômica Federal. Agência 0035 e Conta de Poupança 211.742-0, Operação 13

2. Luiz Antônio Silva de Oliveira: Banco do Brasil. Agência 3698-6; Conta de Poupança 209.162-3

4). Recursos para conclusão do prédio da Base Missionária da SEARA - reboco, assentamento das portas (faltam as dobradiças e mão de obra), Vidros das janelas e portas, material elétrico e hidráulico e instalação, piso e pintura;

5) Recursos para construirmos a casa de oração de Jucurutu-RN;

6) Pela 1ª viagem missionária de sondagem à cidade de São Fernando- RN, para iniciarmos um novo testemunho;

7) Pela 1ª viagem missionária a Juazeiro do Norte, para contactarmos uma família de crentes que lá residem afim de considerarmos a possibilidade de iniciarmos uma igreja nesta importante cidade do sul do Ceará.

Contribuições para estas necessidades, exceto os seminaristas, podem ser feitas na conta da SEARA: BRADESCO, Agência. 0321-2 e Conta Corrente: 068402-3.

CONTATOS: seara@seara.org.br

FONES: (84) 9 9938-8321 (TIM e Whatsapp) e 98168-2550 (VIVO)

terça-feira, 27 de junho de 2017

DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO: BÊNÇÃO DADA NA CONVERSÃO

"Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna." (Tt 3.4-7).
O contexto evangélico brasileiro é caracterizado muitas vezes por uma teologia intuitiva, em que as pessoas, via de regra bem intencionadas, inventam conceitos equivocados que acreditam ter respaldo bíblico. Isso acontece especialmente quando os crentes formulam certas conclusões doutrinárias sem a prévia construção de uma base exegética sólida. A coisa fica pior quando essas conclusões são amparadas por crenças cristãs populares que, com o tempo, se tornaram dogmas tão enraizados na cabeça do povo que questioná-las pode colocar o nome de alguém na lista dos maiores inimigos de Deus já vistos na história humana.
Esse é o caso da crença no batismo do Espírito Santo como uma segunda bênção que o crente deve buscar ardentemente após sua conversão e que deve vir obrigatoriamente acompanhado do pronunciamento de “línguas estranhas”. Muitos evangélicos acreditam nisso com todas as suas forças e defendem essas ideias como se fossem a essência do evangelho e o cerne de toda a doutrina proclamada pela igreja. Para muitos, o tal “batismo” constitui o alvo supremo da vida cristã e a razão central de suas orações, louvores, cultos e jejuns.
Nada mais longe da verdade! Em primeiro lugar, considere-se o modo como a Bíblia aborda o dom de línguas. O NT fala tão pouco sobre esse dom que chega a criar a impressão de que as igrejas da época não davam importância alguma a esse assunto. De fato, em toda sua produção epistolar, Paulo se refere às línguas somente em 1Coríntios e isso para corrigir alguns desvios. Nessa mesma epístola ele deixa claro que o dom de línguas era o menos relevante de todos (14.19) e o coloca por último nas listas de dons expostos em 12.8-10,28. Na sua segunda epístola dirigida àquela mesma igreja, Paulo sequer alude ao tema.
Também em Romanos e Efésios, onde o apóstolo faz outras listas de dons espirituais, línguas sequer aparecem. Pedro, João, Tiago, o autor de Hebreus e Judas não dizem nada sobre as línguas, fortalecendo a verdade de que toda a ênfase que os evangélicos dão a esse assunto é coisa da igreja atual sempre disposta a valorizar o que é secundário e a desprezar o que é essencial: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). De fato, assim como os católicos dão centralidade à eucaristia (outro tema tratado muito pouco no NT), muitos evangélicos de hoje parecem dar centralidade às línguas, sem levar em conta que nem Jesus, nem apóstolo algum, jamais atribuiu grande relevância a essa prática.
Em segundo lugar, é preciso destacar que a leitura do registro de Atos acerca das quatro ocasiões em que o Espírito Santo foi derramado com evidência de línguas (sobre os judeus, sobre os samaritanos, sobre os gentios e sobre os discípulos de João, seguindo a sequência de Atos 1.8), em nenhuma delas as pessoas envolvidas receberam o Espírito depois de tê-lo buscado ardentemente após a conversão.
Em Atos 2, os cristãos judeus aguardavam (não buscavam) em oração o cumprimento da promessa da vinda do Espírito sem ter a menor ideia de como isso aconteceria. Em Atos 8 o Espírito foi derramado sobre os convertidos de Samaria tão logo os apóstolos ali chegaram, sem que ninguém dentre os novos crentes clamasse, jejuasse, buscasse e orasse pedindo isso. Aliás, Atos 8 sequer afirma de maneira expressa que os samaritanos falaram em línguas naquela ocasião. Em Atos 10, todos os gentios reunidos na casa de Cornélio receberam o Espírito Santo enquanto ainda ouviam a pregação de Pedro, sem que tivessem a menor noção prévia do que seria aquilo. Em Atos 19, os discípulos de João também receberam o Espírito tão logo ouviram e aceitaram a mensagem completa do evangelho. Que isso acontecia assim que a pessoa cria, sem nenhuma necessidade de busca, fica evidente pela pergunta de Paulo dirigida àqueles discípulos de João: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?” (At 19.2).
Nada, portanto, corrobora a ideia de que o batismo com o Espírito Santo acompanhado de línguas deve ser buscado ardentemente pelo cristão como uma segunda bênção. Na Bíblia esse ensino não existe. Na verdade, em Gálatas 3.2, Paulo até censura a ideia de que alguém possa receber o Espírito Santo por meio do esforço próprio.
Finalmente, deve-se esclarecer que o batismo com o Espírito Santo não é uma segunda bênção dada após a conversão. Em vez disso, é uma bênção “primária” concedida no momento da conversão, sem necessidade alguma de ser acompanhado de línguas “estranhas”. Em 1Coríntios 12.13 Paulo diz que “em um só Espírito todos nós fomos batizados em um corpo”. Isso significa que o batismo do Espírito Santo é a inserção do crente no corpo de Cristo, isto é, a igreja. Ora, isso acontece quando a pessoa crê no Salvador. Nesse momento, a pessoa é inserida na comunidade dos salvos, sendo este o "batismo do Espírito". Associado a esse batismo está também o derramamento do Espírito sobre a pessoa que crê. Esse derramamento, conforme se depreende do trecho da Carta a Tito transcrito acima, advém “ricamente” ao indivíduo para que ele seja salvo, experimentando “o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”, tudo isso a fim de que “justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna”. Afinal de contas, conforme Paulo realça, “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
Fica, assim, evidente que o batismo/derramamento do Espírito Santo é concedido à pessoa quando ela se converte, não havendo necessidade alguma de ser buscado intensamente pelo crente, como ensinam por aí. Na verdade, segundo o claro ensino da Palavra de Deus, o que o crente deve buscar intensamente agora é a plenitude do Espírito, ou seja, o controle completo do Espírito Santo sobre a sua vida, promovendo louvor, gratidão, humildade, santa comunhão e frutos de justiça (Gl 5.22; Ef 5.18-21).
Non nobis, Domine

Pr. Marcos Granconato

quinta-feira, 15 de junho de 2017

COMO SURGIU A FESTA DE CORPUS CHRISTI?

O governo brasileiro extinguiu a proibição do trabalho em grande parte dos dias considerados santos pelos católicos. Entretanto, um dos feriados religiosos que ainda permanece de pé é o dia em que se comemora a festa de Corpus Christi (expressão latina que significa "Corpo de Cristo").
A festa é celebrada anualmente, mas não tem um dia fixo, ou seja, sua data é móvel e deve sempre ocorrer numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.
Na realidade, a observação da festa deveria ocorrer na quinta-feira da semana santa, o dia da última Ceia, mas foi transferida para outra data para que não fosse prejudicada por causa das celebrações em torno da cruz e da morte de Jesus Cristo, na sexta-feira santa.

ORIGEM DAS COMEMORAÇÕES
Tudo começou com a religiosa Juliana de Cornellon, nascida na Bélgica, em 1193. Segundo alegou, teve insistentes visões da Virgem Maria ordenando-lhe a realização de uma grandiosa festa. Juliana (mais tarde Santa Juliana) afirmava que a festa seria instituída para honrar a presença real de Jesus na hóstia, ou seja, o corpo místico de Jesus na Santíssima Eucaristia. Ainda quando era bispo, o papa Urbano IV teve conhecimento dessas visões e resolveu estendê-la à Igreja Universal, o que então já era uma verdadeira festa. Pela bula "Transituru do Mundo", publicada em 11 de agosto de 1264, Urbano IV a consagrou em todo o mundo, com uma finalidade tríplice:
  • Prestar as mais excelsas honras a Jesus Cristo
  • Pedir perdão a Jesus Cristo pelos ultrajes cometidos pelos ateus
  • Protestar contra as heresias dos que negavam a presença de Deus na hóstia consagrada

NO BRASIL
No Brasil, a festa de Corpus Christi chegou com os colonizadores portugueses e espanhóis. Na época colonial, a festa tinha uma conotação político-religiosa. É que dias antes das procissões, as câmaras municipais exigiam que as casas de moradia e de comércio fossem enfeitadas com folhas e flores. Na época, quando o Brasil ainda era uma colônia, participavam da procissão membros de todas as classes, incluindo os escravos, os leigos das ordens terceiras e os militares. Durante muitos anos, o entrosamento do povo com o governo, e vice-versa, foi praticamente completo. Um exemplo que comprova esse fato ocorreu em 16 de junho de 1808, quando D. João VI acompanhou a primeira procissão de Corpus Christi, realizada no Rio de Janeiro.

AS PROCISSÕES
O que marca a festa de Corpus Christi são as procissões, quando ocorrem as ornamentações das ruas com tapetes feitos de vários tipos de materiais, como papel, papelão, latinhas de bebidas, serragem colorida, isopor, etc. Desenhos são elaborados nessa ornamentação com as figuras de Jesus, do cálice da Ceia e da Virgem Maria. Utilizam-se toneladas de materiais para formar os tapetes vistosos e admirados pelos que acompanham as procissões.

O MAIS IMPORTANTE
O momento mais solene da festividade de Corpus Christi é quando o hostiário, onde estão depositadas as hóstias ainda não consagradas, é conduzido nas procissões por um líder da alta hierarquia católica. No momento em que o hostiário passa, um silêncio profundo é observado por todos os presentes e, de uma extremidade a outra, tocasse a sineta que anuncia a passagem do cortejo. As reações das pessoas são as mais variadas. Algumas se comovem ao extremo e choram, outras se ajoelham diante do hostiário. De ponto em ponto, há uma parada, quando, então, se entoam cânticos tradicionais. Segundo a liderança romana, as ornamentações são feitas para que o Corpo de Cristo possa passar por um local digno, para ser visto por todas as pessoas. Representa uma manifestação pública da fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia.

EUCARISTIA
Ensinando sobre a Eucaristia, diz a Igreja Católica:
"A Eucaristia é um Sacramento que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de Jesus Cristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso sangue, contém verdadeira, real e substancialmente o corpo, o sangue, a alma e a divindade do mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser nosso alimento espiritual".
Ensina, ainda, que na Eucaristia está o mesmo Jesus Cristo que se encontra no céu. Esclarece também que essa mudança, conhecida como transubstanciação,
"ocorre no ato em que o sacerdote, na santa missa, pronuncia as palavras de consagração: 'Isto é o meu corpo; este é o meu sangue'''.
O catecismo católico traz uma pergunta com relação ao Sacramento da Eucaristia nos seguintes termos: "Deve-se adorar a Eucaristia?". E responde:
"A Eucaristia deve ser adorada por todos, porque ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor".

O QUE DIZ A BÍBLIA?
Os católicos procuram justificar a festa de Corpus Christi com a Bíblia citando partes dela que supostamente dão base para o dogma da Eucaristia. Os textos mais freqüentemente usados são os de Mateus 26.26-29; Lucas 22.14-20 e João 6.53-56.
Essa doutrina é contrária ao bom senso e ao testemunho dos sentidos: o bom senso não pode admitir que o pão e o vinho oferecidos pelo Senhor aos seus discípulos na Ceia fossem a sua própria carne e o seu próprio sangue, ao mesmo tempo em que permanecia em pé diante deles vivo, em carne e osso. É manifesto que Jesus, segundo seu costume, empregou uma linguagem simbólica, que queria dizer:
"Este pão que parto representa o meu corpo que vai ser partido por vossos pecados; o vinho neste cálice representa o meu sangue, que vai ser derramado para apagar os vossos pecados".
Não há ninguém, de mediano bom senso, que compreenda no sentido literal destas expressões simbólicas do Salvador. A razão humana não pode admitir tampouco o pensamento de que o corpo de Jesus, tal qual se encontra no céu (Lc 24.39-43; Fp 3.20-21), esteja nos elementos da Ceia.
Biblicamente, a Ceia é uma ordenança e não uma Eucaristia; era empregado o pão e não a hóstia; é um memorial, como se lê em 1 Coríntios 11.25,26, e sua simbologia está em conformidade com o método de ensinamento do Senhor Jesus, que usou muitas palavras de forma figurada: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12); "Eu sou a porta" (Jo 10.9); "Eu sou a videira verdadeira" (Jo 15.1). Quando Jesus mencionou na última Ceia os elementos "pão" e "vinho", não deu qualquer motivo para se crer na transubstanciação.
Não se engane, adorar a Eucaristia também é um ato de idolatria!

Autor: Natanael Rinaldi - Divulgação: A Palavra Virtual Estudos Biblicos Evangélicos